Toc toc toc...Por favor, bata antes de entrar e ao entrar pode sentar, tomar um café com pão e puxar um texto à mão. A intençâo não é rimar, não! Mas a coincidência das letras e a melodia dos sons é tão gostosa quando sai assim, sem querer, sem razão. Então aproveite! Sente-se e deguste. Leia e enriqueça sua alma, dê vida aos seus sonhos...Descanse no refrigério de uma palavra, deleite-se na verdade de uma simples fala. Quem escreve sua vida melhora, quem lê conhece um mundo lá fora! KC
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Linhas Tortas
“Deve-se escrever da mesma maneira com as lavanderias lá de Alagoas fazem em seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer.” Graciliano Ramos
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